O Novo Símbolo Internacional de Acessibilidade: Mais Inclusão, Menos Estereótipos
- Mariane Morais

- 7 de jul.
- 3 min de leitura
Você já reparou que o símbolo tradicional da acessibilidade esta mudando? O antigo ícone de uma pessoa estática em uma cadeira de rodas está dando lugar a uma nova imagem: uma figura em movimento, inclinada para frente, com braços ativos.
Mas por que essa mudança é tão importante?

O Senado aprovou recentemente a adoção de um novo Símbolo Internacional de Acessibilidade no Brasil, substituindo o tradicional ícone do cadeirante, aquele bonequinho estático em uma cadeira de rodas que usamos desde os anos 1960. A mudança é muito mais do que estética: ela representa um passo simbólico e prático rumo a uma sociedade mais inclusiva e menos marcada por estereótipos.
Por que mudar?
O antigo símbolo tem sua importância histórica, mas ele carrega uma imagem que, com o tempo, se tornou limitada: a da pessoa com deficiência como passiva, dependente, imóvel. Em contraste, o novo símbolo apresenta uma figura dinâmica, inclinada para frente, com os braços projetados em movimento, transmitindo autonomia, ação e empoderamento.
Essa mudança foi inspirada no ícone adotado em outros países e responde ao apelo de movimentos que defendem uma nova forma de representar as pessoas com deficiência — mais condizente com a realidade de quem luta diariamente por visibilidade, acessibilidade e participação plena na vida social, educacional e profissional.
Mais que um símbolo, uma mudança de mentalidade
Um símbolo tem poder. Ele comunica ideias, reforça valores e molda percepções. Ao trocar um símbolo estático por um ativo, a sociedade envia uma mensagem: pessoas com deficiência não são definidas por suas limitações, mas por suas potencialidades.
Essa alteração é, portanto, uma oportunidade de reeducação social. Ela nos faz refletir sobre como enxergamos a deficiência e o quanto nossas estruturas, físicas, digitais, atitudinais, ainda precisam evoluir para garantir a equidade.
O que muda na prática?
A partir da sanção presidencial e regulamentações subsequentes, órgãos públicos, instituições e empresas deverão adotar o novo símbolo gradualmente. Isso inclui placas de estacionamento, banheiros acessíveis, sinalizações em transportes públicos e em sites.
Mas o impacto real vai além da sinalização. Essa transição nos convida a repensar políticas públicas, práticas de inclusão no mercado de trabalho, e até mesmo a arquitetura dos nossos espaços urbanos.

Exemplo do dia a dia
Pense em uma vaga de estacionamento. Com o novo símbolo, ao olhar para a placa, não vemos mais uma figura “parada”, mas alguém em movimento. Isso pode parecer simples, mas muda o tom da mensagem:
Não é um lugar para alguém que “precisa de pena”, e sim para alguém que “tem o direito de ir e vir com autonomia”.
Um passo importante, mas não o último
Adotar o novo símbolo é apenas um dos muitos passos necessários para a construção de uma sociedade realmente acessível. É preciso garantir acessibilidade em escolas, hospitais, empresas, redes sociais, sites, eventos e, principalmente, nas atitudes.
Porque, no fim das contas, a maior barreira ainda é a invisibilidade social. E símbolos como esse são ferramentas potentes para transformar olhares e ampliar consciências.
Referências:
Senado Federal. (2025). Aprovação do novo símbolo internacional de acessibilidade.
Accessible Icon Project. (2010). Repensando o símbolo da deficiência.
ONU – Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência.
Sua leitura semanal para pensar além do automático.
Mariane Morais
NeuroPsicologa
CRP 12/19671
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Um passo importante para sociedade.
Obrigada por trazer esse assunto com clareza!
Excelente reflexão
Que bom ver esse avanço!
Representatividade importa, até nós pequenos detalhes