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Nomofobia: Entenda sobre a síndrome da dependência digital.

  • Foto do escritor: Mariane Morais
    Mariane Morais
  • 20 de jun.
  • 2 min de leitura

Atualizado: 3 de jul.

A nomofobia é uma condição comportamental que expressa o medo excessivo de ficar sem acesso ao celular. Embora ainda não esteja classificada como transtorno mental pelos manuais diagnósticos tradicionais, seus efeitos sobre a saúde emocional e a qualidade de vida são cada vez mais estudados. Este artigo apresenta os sintomas, causas, impactos e estratégias de prevenção, com base em dados da neurociência, psicologia e estudos contemporâneos sobre tecnologia.


O que é nomofobia?

Nomofobia é a abreviação do termo em inglês "no mobile phone phobia", usado para descrever o medo irracional de ficar desconectado do celular. Embora o termo não esteja presente no Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais – DSM-5 (APA, 2013), pesquisadores reconhecem que ela pode se manifestar como um comportamento ansioso ou compulsivo relacionado ao uso excessivo de dispositivos móveis (BILLIEUX et al., 2015).

Sinais e sintomas

Os sintomas mais comuns incluem:

  • Ansiedade ao ficar sem o celular;

  • Verificações constantes, mesmo sem notificações;

  • Sensação de desconexão ou vazio;

  • Irritação, insônia ou dificuldade de foco.

De acordo com Elhai et al. (2017), o medo de perder alguma informação (FOMO – Fear of Missing Out) é um dos principais impulsionadores do uso compulsivo de smartphones.

Por que isso acontece?

A nomofobia está relacionada à forma como nosso cérebro responde à recompensa instantânea. Notificações, curtidas e mensagens ativam o sistema dopaminérgico — o mesmo envolvido em comportamentos de vício (DAVIS, 2001; KIM et al., 2016).

Além disso, fatores como baixa tolerância à frustração, ansiedade social e necessidade de validação podem tornar o celular uma “muleta emocional”.

Impactos da nomofobia
  • Produtividade: a constante distração digital reduz a capacidade de foco e memória operacional (ROSEN et al., 2013).

  • Relacionamentos: o uso excessivo afeta a qualidade da escuta e da presença nas interações sociais (TURKLE, 2015).

  • Saúde mental: associa-se a sintomas de ansiedade, depressão e estresse digital (ELHAI et al., 2017).

Como prevenir?
  1. Estabeleça horários de uso — principalmente ao acordar e antes de dormir.

  2. Desative notificações não urgentes.

  3. Programe momentos intencionais de desconexão.

  4. Observe seus gatilhos emocionais para o uso compulsivo.

  5. Busque psicoterapia caso o uso esteja prejudicando seu bem-estar.

Considerações finais

A nomofobia é um reflexo da era digital, mas também um convite à reflexão sobre o equilíbrio entre conexão e presença. Estar online deve ser uma escolha — e não uma necessidade compulsiva. Com autoconsciência, é possível usar a tecnologia com mais propósito e menos ansiedade.


Referências

Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br). Pesquisa TIC Kids Online Brasil 2023. São Paulo: CETIC.br, 2023.

RODRIGUES, S. L. R. M.; ALVES, J. R. Nomofobia: um novo desafio da contemporaneidade. Revista Interfaces da Educação, v. 9, n. 26, p. 18-35, 2018. BALTIERI, D. A. Vício digital: o que a ciência já sabe sobre o uso compulsivo de tecnologia. Instituto de Psiquiatria da USP, 2020.

Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders – DSM-5 Turkle, S. (2015). Reclaiming conversation: The power of talk in a digital age. Penguin Press.



Sua leitura semanal para pensar além do automático.




Mariane Morais NeuroPsicologa CRP 12/19671


 
 
 

1 comentário

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Daniela
07 de jul.
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Ótimo artigo. Realmente precisamos com urgência equilibrar o uso do celular

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